O Salão Principal


Essa é a primeira historia que eu escrevo, eu me inspirei em um sonho que eu tive nessa quinta-feira para escrever ela.

Sim, essa historia é um self-insert, eu estava ficando com sono e não queria bolar um personagem diferente só para escrever uma historia. Porem eu ainda assim me esforcei para escrever e postar isso, e eu gostei suficientemente do resultado para postar esse texto no meu blog.

Espero que vocês gostem, e vamos para o texto:

Poucos estudantes vieram naquela manhã nublada.

Era final de ano, as notas finais já haviam sido decididas, muitos dos estudantes já haviam ido embora e seguido suas vidas, na sala de Richard, apenas 10 dos 35 alunos ainda iam para as aulas. O tédio contaminava o ambiente da sala escura, aonde os alunos viam, através de uma TV antiga, uma novela na metade de seus capítulos.

A mocinha, uma moça jovem com longos cabelos ruivos, havia sido presa injustamente capítulos antes, em uma prisão longe de tudo, e aonde ela era constantemente espancada e ameaçada pelas outras prisioneiras, que garantiam que o amor de sua vida nunca iria a encontrar naquele lugar.

Richard não gostava de novelas, as quais ele considerava uma gigantesca perda de tempo e inteligência, não se conformava com o jeito que os seus colegas olhavam atentamente para a tela iluminada da televisão de madeira, se irritava com a atuação, com o choro da protagonista, com as cenas cômicas que não o faziam esboçar um sorriso, com o romantismo que ele considerava como vazio e chulo, até mesmo ouvir a novela o irritava. Ele não suportava mais, queria sair daquele ambiente, que ele mesmo considerava como sendo opressor, e para isso ele fez a mesma coisa que sempre fazia nessas situações.

Levantando a mão, Richard pediu para o Professor Wellington se ele podia ir para o banheiro, ao qual ele aceitou, e finalmente saiu da sala sem nenhuma resistência por parte de ninguém, era esse alivio que Richard tanto queria, ele estava livre, solto das garras da televisão que ele considerava como maldita, poderia finalmente respirar um ar livre naquela manhã chuvosa de sexta-feira, então vendo que estava livre de qualquer professor ou vigia, ele encostou-se à parede da catedral e acendeu um cigarro.

Enquanto ele fumava ele refletia sobre o prédio da cidade estudantil, um gigantesco palácio construído na metade do século XVIII, bem no centro da Inglaterra, era uma comunidade independente, dependendo apenas das escolhas da diretora, uma elegante senhora francesa de meia idade chamada Paule Gainsbourg.

Madame Gainsbourg não gostava de incomodo, não queria que nenhum aluno ou secretario “inferior” chegasse nem perto do salão principal, embora não fosse uma pessoa realmente má, ela era esnobe, elitista e um tanto quanto metódica, gostava de se reunir com amigos da coroa, alem de visitantes do seu país natal, da Alemanha, da Itália e às vezes até mesmo de regiões distantes da Europa e do oriente.  Madame Gainsbourg era uma senhora enigmática esquisita e um tanto quanto irritante, porem ainda era extremamente respeitada por todos os professores da cidade estudantil, devido a sua manutenção do modelo criado pelo antigo diretor de trazer alunos das regiões mais rurais da Inglaterra, para os transforma-los em “seres humanos de verdade”, capacitados para educar toda a Inglaterra e as suas colônias.

Através dessa reflexão veio à curiosidade. “O que há dentro do salão principal”, indagou Richard, “será que é realmente tão terrível se eu entrar nele”, ele pensou, decidiu que não, e então resolveu entrar no palácio principal.

Caminhou por um tempo até encontrar uma escada, a escada o levava a uma ponte que ligava o salão principal a zona de estudo pós-aula, ele conhecia o lugar, embora não fosse estudioso, ele gostava de ficar nas salas da zona de estudo para relaxar e ler um pouco, aumentando seu conhecimento de uma maneira independente do ensino normal, que ele considerava como sendo pesado, opressor e vazio, ele fez isso durante 8 anos, desde o  quarto ano do ensino fundamental, e somente agora,no terceiro e ultimo ano do colegial, ele teve o interesse de entrar no salão principal, ele se indagava sossegadamente, enquanto relaxava olhando para o jardim arábico da zona dos universitários, para onde ele provavelmente iria no ano seguinte. Quando ele se cansou de olhar para o jardim, ele se dirigiu a porta do salão, e então ele finalmente entrou.

O salão era coberto de ouro, e servia como uma espécie de sala de reunião para os dirigentes da cidade estudantil, havia 5 andares, todos eles com salas e mais salas de escritórios para cada um dos professores e secretários de alto escalão, o lugar era feito em modelo gótico e tinha arcos coloridos em branco e azul. Richard nunca ficou tão maravilhado em tanto tempo, as paredes douradas brilhavam em seus olhos, era como se ele tivesse virado criança de novo, estava hipnotizado tamanha a beleza do salão principal, esqueceu tudo o que passava pela sua mente, e desceu a escada estável animadamente.

A magia, no entanto, durou pouco, mal começou a descer as escadas e ouviu uma mulher gritando com sotaque Frances “pare ai mesmo”, era madame Gainsbourg, com o seu grupo de visitantes franceses, o coração de Richard parou naquele momento, e na sua cabeça só passava um único pensamento, que se resumia a três pequenas palavras. “Caralho to Fodido”.
Ele tentou voltar, mas foi cercado por seguranças, estava sem saída, naquele momento ele só tinha uma opção, e essa opção era se entregar.

Richard respirou três vezes, levantou suas mãos, e desceu calmamente a escadaria de madeira e pano azul, sendo rapidamente interrogado pelos seguranças após ele chegar ao chão.
SEGURANÇA- Você tem permissão para entrar aqui?
RICHARD- Não, eu não tenho.
SEGURANÇA-Roubou alguma coisa???
RICHARD-Não, eu não roubei.
SEGURANÇA-Prove!!!!
RICHARD- (Coloca as mãos no bolso de suas calças e no bolso de sua jaqueta, mostrando que não tem nada)

Os seguranças soltaram Richard e o expulsaram do lugar, o mandando nunca mais voltar ao salão principal, e não voltar mais para a cidade estudantil até segunda chamada, ele obedeceu, como sempre. No mesmo dia pegou suas malas e voltou para a casa de sua família, aonde foi recebido com alegria e preocupação, ele havia perdido o seu passe livre para o exercito, e então seria poderia ser mandado para qualquer guerra que a rainha o quisesse. Richard não se importava muito com isso, afinal ele “lutaria apenas uma única guerra em sua vida, e vocês mal podem esperar para saber qual ela é”.

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